Jung (2014) critica o paradigma freudiano, argumentando que ele se fundamenta nos princípios de repressão que surgem da educação e socialização, as quais ele vê apenas como componentes do inconsciente. Em contraste, Jung propõe que o inconsciente é uma dimensão que transcende as representações reprimidas. Ele afirma que o inconsciente abrange "todo o material psíquico que está por trás do limiar da consciência" (JUNG, 2014, p.15), manifestando seu próprio léxico simbólico. Assim, Jung vê o inconsciente como algo muito mais vasto: a mente consciente seria como uma ilha, enquanto o inconsciente seria um oceano.
Retornando à questão em análise, diversos estudos e iniciativas sugerem que a arte é um “produto” da mente inconsciente.
Nise da Silveira (1981) foi pioneira no Brasil ao iniciar sua prática terapêutica por meio de um ateliê de arte dentro do Hospital Psiquiátrico Pedro II, localizado no Engenho de Dentro, bairro do Rio de Janeiro. Esse empreendimento envolveu uma longa trajetória de pesquisa acadêmica, resistência externa e determinação inabalável para estabelecer essa prática com os pacientes. Nesse contexto, a psiquiatra elucidou uma correlação significativa entre a expressão artística e as manifestações inconscientes, a arte esquizofrênica se revelou como um léxico simbólico da dinâmica inconsciente em ação.
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