domingo, 29 de dezembro de 2024

Arte decolonial + 3 dicas de livros

A arte decolonial é um movimento que busca desafiar e desconstruir as narrativas e estruturas hegemônicas impostas pelo colonialismo e pelo eurocentrismo na arte. Ela surge como uma resposta crítica às representações e práticas artísticas que foram historicamente moldadas pela perspectiva colonial, que marginalizou e silenciou culturas, vozes e expressões de povos colonizados. Esse tipo de arte propõe um reposicionamento da história da arte, promovendo a valorização de práticas, estéticas e saberes de populações não ocidentais e indígenas, muitas vezes relegadas a um status de arte “primitiva” ou “artesanato” no cânone tradicional da arte.
A perspectiva decolonial enfatiza a importância de recuperar as vozes e histórias apagadas, trazendo à tona questões como o racismo, a exploração, a violência colonial e o impacto desses legados nas culturas contemporâneas. Além disso, artistas decoloniais trabalham para criar novos imaginários e linguagens visuais que rompem com a visão ocidentalizada do belo e da estética. Eles buscam reconstruir identidades e práticas culturais, muitas vezes dialogando com questões como resistência, memória, ancestralidade e pertencimento.
Exemplos de artistas que trabalham sob a perspectiva decolonial incluem o colombiano Fernando Arias, a peruana Daniela Ortiz, e o angolano Kiluanji Kia Henda, entre outros. Essas obras tendem a ser altamente políticas, com foco em temas como migração, colonização, identidade racial e a desconstrução do olhar eurocêntrico sobre a arte e a cultura.

Dica de Leitura
• Descolonizar o museu.
• Uma ecologia decolonial, pensar a partir do mundo caribenho.
• A virada decolonial na arte brasileira.

Adinkra

Esses dias descobri uma coisa incrível, e queria compartilhar. É sobre os Adinkras. Adinkra são símbolos visuais originários do povo Akan, do Gana, que representam conceitos e aforismos. São usados em tecidos, cerâmicas, logotipos e outros objetos decorativos, bem como em cerimônias e rituais. Os símbolos Adinkra têm significados profundos, frequentemente relacionados a valores sociais, filosóficos e espirituais da cultura Akan.
Adinkra significa "despedida" em Twi, um dos idiomas do Gana, e originalmente eram usados em roupas para cerimônias fúnebres, simbolizando a conexão com os ancestrais. Com o tempo, seu uso se expandiu para outros contextos, mantendo seu papel como um meio de comunicação cultural.
Cada símbolo Adinkra possui um nome em Twi e está associado a uma história, provérbio ou crença. Alguns exemplos incluem:
1. Duafe (símbolo da limpeza e amor): Representa feminilidade, paciência e cuidado.
2. Eban (símbolo da segurança): Representa a proteção do lar.
3. Gye Nyame (exceto Deus): Um dos símbolos mais conhecidos, expressa a supremacia de Deus e a espiritualidade.
O legal é que com certeza todo mundo já viu um.
Hoje, os símbolos Adinkra são incorporados em design gráfico, moda, arquitetura e até tatuagens, mantendo viva a herança cultural Akan enquanto se adaptam a contextos contemporâneos. Além disso, os símbolos são estudados por acadêmicos interessados em linguagens visuais e sistemas de escrita africanos.
Eles são muito comuns em portões.

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