No contexto da violência policial, algumas semelhanças podem ser traçadas:
Policiais podem justificar atos violentos como cumprimento de ordens superiores ou aplicação da lei, sem questionar a moralidade ou a justiça de suas ações. Isso ecoa o que Arendt observou em relação à aceitação passiva de diretrizes injustas.
A violência policial frequentemente atinge populações marginalizadas, como moradores de periferias, negros e pobres. O processo de desumanização dessas pessoas pode levar à indiferença quanto ao sofrimento infligido, facilitando atos violentos sem reflexão ética.
Em muitas corporações policiais, a violência se torna uma prática rotineira, reforçada por uma cultura institucional que normaliza ou banaliza comportamentos abusivos. Essa normalização pode levar os agentes a não perceberem a gravidade de seus atos.
A estrutura hierárquica das polícias e a falta de responsabilização podem desestimular a reflexão crítica, permitindo que os policiais executem ações violentas sem considerar alternativas ou ponderar os impactos éticos.
Essa conexão não busca justificar a violência policial, mas explicá-la como um fenômeno que, em muitos casos, resulta da reprodução de estruturas sistêmicas opressivas e de um ambiente onde a crítica e a empatia são suprimidas. Para superar essa banalidade, é crucial a promoção de reformas institucionais, a formação ética, o fortalecimento do controle externo e o combate à desumanização das populações vulneráveis.
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