sábado, 31 de agosto de 2024
Dia do Blog
Breaking Bad e Kafka
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
Filmes sobre arte: 18 dicas
Arte e Inconsciente: breve reflexão
Camus & café
segunda-feira, 26 de agosto de 2024
Como começar a estudar arte?
sábado, 24 de agosto de 2024
O brasileiro "Chão de Caquinhos"
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
Foucault fez uma análise famosa da pintura "As Meninas" de Diego Velázquez.
Em "As Palavras e as Coisas" (1966), Foucault faz uma análise famosa da pintura "As Meninas" de Diego Velázquez. Ele usa a obra para explorar questões de representação, poder e visibilidade. Para Foucault, a pintura reflete uma complexa relação entre o observador e o observado, questionando as noções tradicionais de representação artística.
Essa análise serve como uma introdução ao seu estudo sobre as relações entre linguagem, conhecimento e poder ao longo da história.
Foucault utiliza "As Meninas" como uma metáfora para explorar como a representação, tanto na arte quanto na linguagem, molda nossa compreensão do mundo. Ele sugere que a pintura de Velázquez revela uma crise na maneira como a realidade era representada na época. Esse momento de crise reflete uma transição na episteme, ou estrutura de pensamento, do Renascimento para a era clássica, em que as certezas sobre o mundo e as categorias que o organizam começam a se dissolver.
A pintura não é apenas uma obra de arte, é um ponto de reflexão filosófica que Foucault utiliza para desafiar e ampliar nossa compreensão de como o conhecimento e a visão são construídos e de como eles moldam nossa realidade.
terça-feira, 20 de agosto de 2024
Nise da Silveira: arte, filosofia e literatura
Nise da Silveira foi uma figura extraordinária, cuja vida e trabalho deixaram um legado profundo na interseção entre psiquiatria, arte, filosofia e literatura. Nascida em 1905, em Maceió, Nise foi uma das primeiras mulheres a se formar em medicina no Brasil, e sua abordagem revolucionária ao tratamento de pessoas com transtornos mentais marcou uma virada na psiquiatria, especialmente em relação ao uso de arte como terapia. Nise via a arte como uma linguagem essencial da alma humana. Para ela, a expressão artística era uma forma de revelar o inconsciente e um caminho para a cura. Ela rejeitou os tratamentos tradicionais, como eletrochoque e lobotomia, e em vez disso, criou o ateliê de pintura no Hospital Pedro II, no Rio de Janeiro, onde os pacientes podiam expressar seus sentimentos e pensamentos por meio da arte. As obras produzidas pelos pacientes não eram vistas como meros produtos de mentes perturbadas, mas como manifestações genuínas da psique humana, cheias de significado e valor. Nise acreditava que a arte tinha o poder de curar e transformar, sendo uma forma de comunicação profunda entre o mundo interno e externo.
Nise tinha uma forte conexão com a filosofia, especialmente com o pensamento de Baruch Spinoza. Nise da Silveira escreveu um livro intitulado Cartas a Spinoza, uma coleção de sete cartas nas quais ela se dirige ao filósofo holandês Baruch Spinoza como seu mestre, refletindo sobre a importância de sua obra científica e filosófica como fundamento para o trabalho que desenvolvia no hospital psiquiátrico. Spinoza entende o afeto, derivado do verbo "afetar", como aquilo que nos move, nos toca e mexe com nossa alma. Esses afetos podem ter qualquer natureza e são únicos em cada indivíduo, existindo no espaço da nossa subjetividade.
O que Nise e Spinoza nos ensinam é que muitas vezes a percepção dos nossos afetos é negligenciada, já que vivemos em um mundo que supervaloriza a racionalidade. Será que tudo o que me é ofertado, tudo o que consumo, de bens a relações, me afeta positivamente? Ou será que, de alguma forma, até mesmo meus afetos estão condicionados e me vejo obrigado a sentir? Compreender isso exige tempo e um olhar profundo para dentro de nós mesmos, mas parece ser um exercício essencial, pois é a capacidade de afetar e ser afetado que nos torna verdadeiramente humanos.
Nise era uma leitora ávida e tinha uma profunda apreciação pela literatura.
Ela via os livros como portais para novas ideias, culturas e maneiras de ver o mundo. Sua biblioteca pessoal era vasta e variada, refletindo seu interesse por diferentes áreas do conhecimento. Além da filosofia, Nise tinha um forte apreço pela literatura clássica e moderna, usando-a como fonte de inspiração e reflexão em seu trabalho. Ela acreditava que os livros podiam abrir caminhos para o entendimento das complexidades humanas, tanto na saúde mental quanto na vida em geral.
A biblioteca de Nise da Silveira ocupava a sala e os dois quartos do apartamento acima daquele em que ela vivia. A cuidadosa seleção das centenas de livros contrastava com a simplicidade das estantes, feitas de tábuas de madeira apoiadas sobre tijolos. Entre os volumes, havia obras de literatura, artes plásticas e filosofia, além de recortes de jornais, catálogos de exposições, as obras completas de Antonin Artaud, Machado de Assis, Freud e C. G. Jung. Também estavam presentes livros de medicina, epistemologia, religião e até uma prateleira dedicada exclusivamente a livros sobre gatos. Dentre todas as prateleiras dessa rica biblioteca, a mais valiosa era aquela que abrigava livros sobre diversas correntes teóricas, focadas nos estudos sobre a expressão plástica, especialmente de pessoas em tratamento psiquiátrico. Para facilitar o trabalho de futuros pesquisadores, Nise da Silveira criou uma lista comentada desses livros, a qual intitulou: “Pequeno fichário relativo a obras sobre expressão plástica de psicóticos e algumas dicas para o benedito”.
Nise da Silveira foi, portanto, uma verdadeira intelectual, que uniu arte, filosofia e literatura em sua prática profissional e em sua vida pessoal, sempre buscando formas mais humanas e compreensivas de entender e tratar o sofrimento humano.
Exposição Nise da Silveira: A Revolução pelo Afeto. Tour 360
A exposição apresenta aproximadamente 90 obras de clientes do Museu de Imagens do Inconsciente, incluindo trabalhos de Carlos Pertuis, Adelina Gomes, Emygdio de Barros e Fernando Diniz, além de peças de Lygia Clark e Zé Carlos Garcia. Também são exibidas fotografias de Alice Brill, Rogério Reis e Rafael Bqueer, vídeos de Leon Hirszman e Tiago Sant’Ana, e aquarelas e fotografias de Carlos Vergara. Com curadoria do Estúdio M’Baraká, a mostra destaca a dimensão inovadora e criativa de Nise da Silveira, uma das mais renomadas cientistas do Brasil, reconhecida mundialmente.
A exposição conta com tour virtual: https://nisenoccbb.ccbb.com.br/tours-virtuais/
domingo, 18 de agosto de 2024
Filosofia & Cinema
sábado, 17 de agosto de 2024
Disertatio Filosofia: Série de Livros Eletrônicos do Departamento de Filosofia da UFPEL
#Dica
Hoje trago uma dica imperdível para quem gosta de ler sobre filosofia, e o melhor: de forma totalmente gratuita.
A Série Dissertatio Filosofia é uma coleção de livros eletrônicos oferecida pelo Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Criada em 2014, essa iniciativa faz parte do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Filosofia (NEPFIL), cujo objetivo é editar e publicar, em formato digital, as obras produzidas no Curso de Graduação, Mestrado e Doutorado em Filosofia da UFPel, além de trabalhos de outras instituições.
Atualmente, os livros são publicados com os selos da Editora da UFPel e da Série Dissertatio Filosofia, e estão disponíveis para download gratuito.
SÉRIE DISSERTATIO FILOSOFIA
A Série Dissertatio Filosofia busca publicar obras de alta qualidade, escritas por professores e pesquisadores cujo trabalho é amplamente reconhecido pela excelência na argumentação filosófica. Esta série está vinculada à Revista Dissertatio de Filosofia, uma publicação quadrimestral do Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia, Sociologia e Política da UFPel.
SÉRIE INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
A Série Investigação Filosófica, fruto de uma parceria entre o NEPFIL/UFPel e o GPIF/UNIFAP, se dedica à tradução de textos filosóficos selecionados de plataformas internacionalmente reconhecidas, disponibilizando-os em língua portuguesa.
Link de acesso: https://wp.ufpel.edu.br/nepfil/
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
Dia do Filósofo: Celebrando a Busca pelo Conhecimento
A Teologia da Prosperidade: Fé ou Mercantilização da Religião?
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